Escrever é o melhor remédio

"Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida”. Clarice Lispector estava com câncer quando registrou essa frase no livro Um Sopro de Vida (Pulsações), uma de suas últimas obras. De fato, ela nunca deixou de afirmar em entrevistas que escrever era aquilo que a mantinha viva. O tom radical das declarações da escritora é compreensível para alguém que fez das letras sua paixão e ofício. Mas mesmo aqueles que não têm como hábito transferir seus sentimentos para a ponta do lápis ou para a tela do computador podem descobrir quão saudável pode ser essa forma de expressão.

“Freud, o pai da psicanálise, descobriu que a palavra cura”, explica a psicanalista Regina Fabbrini. “É ela que nos faz humanos, pois permite uma representação do mundo, da natureza. Quando você fala ‘dói o meu pé’, precisa separar uma parte do seu corpo e nomear uma sensação”. Esse processo relatado por Regina é o mesmo que ocorre se registram os sentimentos pela palavra escrita. O autor toma distância que vivencia e é capaz de dimensionar seus sentimentos.

Segundo estudos, o registro em diários, blogs ou até mesmo pelas redes sociais e seus grupos, tem até desdobramentos psicossomáticos. Uma das primeiras pesquisas nesse sentido foi dirigida no começo da década de 90 e mostrou que, pessoas que escrevem sobre seus sentimentos tiveram seu sistema imunológico fortalecido.

Escrever para o jornal A Notícia para mim tem sido um presente e um remédio. Amo ler e escrever minhas experiências literárias me faz aprofundar meu conhecimento sobre as obras e sobre mim mesmo.

RESENHAS:

RESENHA #01

 

Tistu era um garoto admirável, que muito me ensinou, morava na cidade de Mirapólvora. Seu pai era o dono de uma fábrica de canhões, e um dia Tistu a herdaria. A casa de sua família era grande e impecável, lá Tistu era um menino feliz.
Até os oito anos de idade, o menino tinha permanecido em casa recebendo uma educação básica de sua mãe, que o ensinou a ler, escrever e contar. Chegou o dia, contudo, que a mãe decidiu que já tinha ensinado ao filho tudo o que podia, e que já estava na hora de confiá-lo a um professor de verdade. Tudo foi organizado para que Tistu começasse a ir para a escola, mas após apenas três dias de aula ele voltou para casa com um bilhete de seu professor dizendo que não era possível mantê-lo na escola. Mesmo sem querer, o menino não conseguia prestar atenção às aulas e caía no sono, o que lhe garantiu muitos zeros e a fatal “expulsão”.
Todos na cidade de Mirapólvora ficaram sabendo da notícia. Os pais de Tistu estavam muito tristes, e ele mesmo muito preocupado com seu destino. O pai, contudo, era um homem de decisões e logo encontrou uma solução para o problema que havia se tornado a educação do filho. Tistu aprenderia com a vida, recebendo lições de pessoas diferentes e que poderiam lhe proporcionar o conhecimento necessário para que se tornasse gente grande.
A primeira lição de Tistu foi com o jardineiro da casa, Bigode, quando a coisa mais surpreendente aconteceu. Sua primeira tarefa era colocar terra em alguns vasos, mas quando chamou Bigode para que lhe mostrasse como plantar as sementes, os vasos já estavam repletos de flores. Olhando o polegar do garoto, o jardineiro declarou que ele tinha o dedo verde, que lhe permitiria fazer crescerem plantas e flores onde quer que tocasse.
O Menino do Dedo Verde foi o primeiro livro que li e ganhei de presente de minha avó. É o tipo de livro para dar de presente a pessoas de qualquer idade, pois pode nos tocar de maneira diferente dependendo e nossa idade ou momento da vida que estamos passando. Esse livro sem dúvidas, lindo.

RESENHA #02

 

SHANTARAM é um livro baseado na vida do autor. Em 1978 ele foi condenado por uma série de roubos que cometeu para sustentar seu vício em heroína. Em julho de 1980 ele conseguiu escapar de uma prisão de segurança máxima em Victoria e durante dez anos foi o homem mais procurado da Austrália. Sua jornada o fez conhecer vários lugares Nova Zelândia, África, Ásia e Europa.
Shantaram, é uma história hipnótica que nos revela as experiências vividas pelo autor em favelas super populosas, seus amores, torturas em prisões e as lutas em facções da máfia em Bombaim. O enredo nos revela personagens incríveis, aventuras ímpares e nos leva ao mais intimo da cultura indiana.
O livro vai narrar à triste história de um homem que perdeu tudo que tinha e amava e reencontrou sua humanidade ao longo de experiências que fariam qualquer ser humano se transformar em uma fera.

RESENHA #03

O DIÁRIO foi escrito em forma de memórias, narrando os últimos quatro anos de vida de irmã Faustina. Nos mostra a união dessa dessa freira com Deus, bem como a profundeza da sua vida espiritual. Jesus, a quem ela amava mais que tudo, proporcionou a irmã Faustina grandes graças; o dom da contemplação, o profundo conhecimento do mistério da Divina misericórdia, as visões, as revelações, os estigmas ocultos, o dom de profetizar e de ler o íntimo das almas humanas.
Sem dúvidas uma leitura mais que importante para qualquer católico...

RESENHA #04

Publicada em 2017 e escrita por Artur Xexéo, um grande fã de Hebe e já abre a biografia contando como Hebe fez parte de sua infância, de como a sua avó, outra grande fã de Hebe, acompanhava a vida da jovem cantora de rádio e TV. Isso também me faz lembrar um pouco dos meus tempos de criança, onde minha avó e eu assistíamos os programas da Hebe no SBT.

Minha avó sempre contava que Hebe era uma ótima cantora e que por muitos anos foi uma das grandes representantes da música brasileira. A leitura dessa biografia me fez lembrar que Hebe era muito mais que a apresentadora que recebia seu convidados num sofá branco e dava nele selinhos. Podemos ver nesse livro a trajetória de uma cantora que fez muito sucesso no rádio e posteriormente na TV.

O autor nos apresenta sua origem pobre, que precisou largar os estudos ainda no primário para trabalhar e ajudar no sustento da sua família. Essa “ausência” de estudo a incomodava muito e muitas vezes se considerava inculta perto dos entrevistados e entrevistadores. Esse é apenas um dos muitos segredos revelados na biografia de uma mulher que muito lutou e ultrapassou muitas barreiras. Foi apresentadora do primeiro programa feminista da televisão brasileira, “O mundo é das mulheres”. Xéxeo relata com uma riqueza de detalhes todos os caminhos percorridos por Hebe, sua história com o rádio, seus lançamentos musicais, os casamentos, o nascimento do filho único, as decisivas escolhas, as atitudes de mulher vaidosa que pagava pelas roupas que usava no seu programa, enfim, a vida que ela amou plenamente até o momento que se foi para brilhar em outro lugar.

É inegável a paixão do povo brasileiro por Hebe. Nunca vamos nos esquecer da sua espontaneidade, do seu carisma, das gargalhadas, do selinho e claro do seu mais famoso bordão: “Que gracinha!” Sem sombra de dúvidas era a Rainha da Televisão brasileira...